-Diz me o que você faz
que a torna especial -
diz o corvo a lamentar
- do alimento que preciso
não consigo chegar perto,
pois lá há sempre um vigia
de olhos e braços abertos
que muito medo me dá,
mais que a fome a me assombrar.
Mas você tem um abrigo
para proteger do frio
e da chuva que cair;
e é só sair no quintal,
que a comida estará lá,
deixada por um senhor,
nem bondoso, nem malvado,
pois é o mesmo que alimenta
e ampara o soldado,
que o lugar sempre vigia
onde meu sustento está.
-Não faz nada por bondade -
diz a orgulhosa galinha
- o senhor que me alimenta,
pois também a ele dou
meus ovos todos os dias.
Se a mim me dá comida,
faz porque sou importante
e manter-me sempre perto
é pr'á ele necessário.
Mas se você ele afasta,
com um soldado incansável
de certo será porque
você aqui nesse mundo
não passa de um inútil!
Foi-se o sol daquele dia,
e também de outros tantos,
e notou-se noutro mundo
cantoria e agitação.
Lá os homens preparavam
com a alegria que tinham
grande festa e banquete.
E a Lua e o Sol assistiram
a festa daquela gente.
Noutro dia um vazio
fez notar-se no quintal
e o corvo que ali chegara
estranhou o acontecido,
mas logo, logo entendeu
como era importante
a orgulhosa galinha
pra festa daquela gente.
Se você já leu até aqui, então comente!
Um comentário:
Putz! Ainda me pergunto o porque deste blog ter ficado tanto tempo parado. Espero que isso seja passado, bem vindo a ativa caro irmão e parabéns, escreva sempre, nós necessitamos ler.
Abraço.
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