sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Das forjas ao ressurgimento...

Passado algum tempo aqueles profetas se reuniram novamente. Conseguiram um habilidoso artesão que construiu uma nova mão de metal para eles. Agora eles estavam juntos, mas em um lugar qualquer, profano, comum. Um lugar onde conseguiriam café, sucos ou refrigerantes com facilidade. Um lugar onde poderiam se reunir em volta de uma mesa sem chamar a atenção.

Começaram a discutir o que havia se passado naquele dia em seu templo sagrado. A imagem ainda aterrorizava suas mentes. Mas uma força interior os movia. Eles necessitavam ressurgir de algum modo.

As velhas palavras tinham sido desmascaradas, ninguém mais confiaria neles! Além disso, aquelas velhas palavras não combinariam com seu novo ornamento metálico. Agora, eles precisavam de algo moderno, pois eles eram modernos! A necessidade os fez deixar os velhos hábitos e se tornaram novos seres artificiais.

Sendo assim, acenderam as fornalhas... suas palavras seriam movidas a vapor... depois, eletricidade! Sairiam a toda velocidade! Não importa como! Não precisava ter sentido! A rapidez não precisa de sentido... Seria só se desviar para não ser atingido!

Mas o sonho veloz não era tão consistente. Alguns deles não conseguiriam deixar de lado a beleza. A eterna encantadora... sedutora dos sentidos...

Produziram seus sonhos dourados e velozes. Formas moldadas com o cuidado meticuloso de um ourives... mas isso não deveria ser percebido! Jamais!

Fizeram a sua encenação. Fingiam que destruiam as antigas formas. Pregavam, agora, o contrário ao que outrora praticaram...

Mas na essência era a mesma coisa...

Vazio...

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